A MINHA ODISSEIA...

terça-feira, abril 25, 2006

25 de ABRIL DE 2006

25 DE ABRIL SEMPRE.... 25 DE ABRIL SEMPRE.... 25 DE ABRIL SEMPRE.... 25 DE ABRIL SEMPRE.... 25 DE ABRIL SEMPRE.... 25 DE ABRIL SEMPRE....25 DE ABRIL SEMPRE... 25 DE ABRIL SEMPRE.... 25 DE ABRIL SEMPRE.... 25 DE ABRIL SEMPRE...25 DE ABRIL SEMPRE...


“Grândola, Vila Morena”

Grândola, vila morena
Terra da fraternidade
O povo é quem mais ordena
Dentro de ti, ó cidade

Dentro de ti, ó cidade
O povo é quem mais ordena
Terra da fraternidade
Grândola, vila morena

Em cada esquina um amigo
Em cada rosto igualdade Grândola, vila morena
Terra da fraternidade
Terra da fraternidade
Grândola, vila morena
Em cada rosto igualdade
O povo é quem mais ordena

À sombra duma azinheira
Que já não sabia a idade
Jurei ter por companheira Grândola a tua vontade

Grândola a tua vontade
Jurei ter por companheira
À sombra duma azinheira
Que já não sabia a idade

Zeca


A canção “Grândola, Vila Morena” foi incluída no álbum "Cantigas do Maio", editado em Dezembro de 1971, disco que conta com os arranjos e direcção musical de José Mário Branco. "Grândola, Vila Morena" é a quinta faixa do álbum, gravado em Herouville, França entre 11 de Outubro e 4 de Novembro de 1971.

No dia 29 de Março de 1974, “Grândola, Vila Morena” foi cantada no encerramento de um espectáculo no Coliseu de Lisboa. Na assistência estavam militares do MFA, que viriam a escolher a canção como uma das senhas para o arranque da Revolução dos Cravos. Curiosamente, para esse espectáculo a censura do regime fascista havia proibido a interpretação de várias canções do Zeca, entre as quais "Venham Mais Cinco", "Menina dos Olhos Tristes", "A Morte Saiu à Rua" e "Gastão Era Perfeito".

Às 00:20 da madrugada do dia 25 de Abril de 1974, a "Grândola, Vila Morena" foi tocada no programa Limite da Rádio Renascença. Era a segunda senha que confirmava o bom andamento das operações e despoletava o avanço das forças organizadas pelo MFA. A primeira senha, tocada cerca de hora e meia hora antes, às 22:55 do dia 24 de Abril, foi a música "E depois do Adeus", cantada por Paulo de Carvalho.
Para nunca esquecer.... 25 DE ABRIL SEMPRE!

quarta-feira, abril 19, 2006

CONCERTO DE "CONTRABANDO"

CONTRABANDO - esta magnífica banda portuense, vai dar um concerto no próximo sábado, dia 22 de Abril, no Bar "UpTown", na Rua da Alegria (em frente à Blockbuster) a partir das 22 horas. Para quem gosta de boa música, é essencial ouvir e descobrir os CONTRABANDO. Eu vou lá estar.

segunda-feira, abril 17, 2006

O DES-HUMANO É O SER HUMANO - PARA NUNCA ESQUECER...

EXCLUÍDOS DE TODO O MUNDO, UNI-VOS...

Para nunca esquecer os milhões de pessoas deste planeta que vivem na mais pura das misérias, pessoas sem nome, sem história, e fora da História, que vagueiam, sós, sujos, alcoolizados, rabugentos, de barba e cabelos compridos, para quem ninguém olha (salvo, se for para enxotar). Companheiros das pombas dos imensos jardins das nossas cidades, eles habitam nesses jardins, tendo como suas protectoras, os milhões de estrelas do Universo, que os iluminam e lhes dão calor. E eu sei isto, porque sinto, sinto-os, e vejo, através dos seus olhos, brilhantes, que brilham e iluminam a humanidade, porque eles são todos nós, o Ser Humano. Esses homens e mulheres relegados para a margem das nossas sociedades, homens e mulheres que constituem o paradigma da exclusão, os excluídos, os vagabundos, errantes solitários das margens dos lagos da humanidade, que são, afinal, eles mesmos, a Humanidade. Eles abarcam neles próprios todo o Humano. E, nós, é ao confrontarmo-nos com a des-humanidade deles, que nos tornamos seus irmãos, seus pares, humanos, igualmente. Sentimos nesse confronto, ao mesmo tempo, todo o sentido do Humano presente nestas pessoas errantes. “Sentimos a inquietante presença do Outro e, com este, do rosto que excluímos para os arrabaldes do humano mas que persiste, afinal, no centro da nossa própria vida” (Carvalho, 1999). Sendo o resto do mundo, é exactamente nessa altura que eles, “a massa anónima, continuamente renovada e sempre idêntica, dos não-homens que marcham e se afadigam em silêncio” (Levi, 1958), se tornam o Mundo, e, ao serem o Mundo, eles são o Ser Humano - todos Nós.
Para nunca esquecer que houve um dia, uma época, um tempo na Humanidade em que o Ser Humano foi o carrasco do Ser Humano...


O Resto Do Mundo

Eu queria morar numa favela
O meu sonho é morar numa favela
Eu me chamo de cherôso como alguém me chamou
Mas pode me chamar do que quiser seu dotô
Eu não tenho nome
Eu não tenho identidade
Eu não tenho nem certeza se eu sou gente de verdade
Eu não tenho nada
Mas gostaria de ter
Aproveita seu dotô e dá um trocado pra eu comer...
Eu gostaria de ter um pingo de orgulho
Mas isso é impossível pra quem come o entulho
Misturado com os ratos e com as baratas
E com o papel higiénico usado
Nas latas de lixo
Eu vivo como um bicho ou pior que isso.
Eu sou o resto…
O resto do mundo
Eu sou mendigo, um indigente, um indigesto, um vagabundo
Eu sou...
Eu não sou ninguém.
Eu tou com fome
Tenho que me alimentar
Eu posso não ter nome mas o estômago tá lá
Por isso eu tenho que ser cara-de-pau
Ou eu peço dinheiro ou fico aqui passando mal
Tenho que me rebaixar a esse ponto porque a necessidade é maior do que a moral.
Eu sou sujo eu sou feio eu sou anti-social
Eu não posso aparecer na foto do cartão postal
Porque pró rico e pró turista eu sou poluição
Sei que sou um brasileiro
Mas eu não sou cidadão
Eu não tenho dignidade ou um tecto pra morar
E o meu banheiro é a rua
E sem papel pra me limpar
Honra?
Não tenho
Eu já nasci sem ela
E o meu sonho é morar numa favela
Eu queria morar numa favela
A minha vida é um pesadelo e eu não consigo acordar
E eu não tenho perspectivas de sair do lugar
A minha sina é suportar viver abaixo do chão
E ser um resto solitário esquecido na multidão
Eu sou o resto…O resto do mundo
Eu sou mendigo um indigente um indigesto um vagabundo
Eu sou o resto do mundo
Eu não sou ninguém
Eu não sou nada
Eu não sou gente
Eu sou o resto do mundo
Eu não sou ninguém.
Frustração
É o resumo do meu ser
Eu sou filho da miséria e o meu castigo é viver
Eu vejo gente nascendo com a vida ganha e eu não tenho uma chance
Deus! Me diga por quê?
Eu sei que a maioria do Brasil é pobre
Mas eu não chego a ser pobre, eu sou podre!
Um fracassado
Mas não fui eu que fracassei
Porque eu não pude tentar
Então que culpa eu terei
Quando eu me revoltar, quebrar, queimar, matar
Não tenho nada a perder
Meu dia vai chegar
Será que vai chegar?
Mas por enquanto
Eu sou o resto…O resto do mundo
Eu num sou ninguém
Eu não sou registrado
Eu não sou baptizado
Eu não sou civilizado
Eu não sou filho do Senhor
Eu não sou computado
Eu não sou consultado
Eu não sou vacinado
Contribuinte eu não sou
Eu não sou comemorado
Eu não sou considerado
Eu não sou empregado
Eu não sou consumidor
Eu não sou amado
Eu não sou respeitado
Eu não sou perdoado
E também sou pecador
Eu não sou representado por ninguém
Eu não sou apresentado pra ninguém
Eu não sou convidado de ninguém
E eu não posso ser visitado por ninguém
Além da minha triste sobrevivência eu tento entender a razão da minha existência
Por quê que eu nasci?Por quê tô aqui?
Um penetra no inferno sem lugar pra fugir
Vivo na solidão mas não tenho privacidade
E não conheço a sensação de ter um lar de verdade
Eu sei que eu não tenho ninguém pra dividir o barraco comigo
Mas eu queria morar numa favela amigo
Eu queria morar numa favelaEu queria morar numa favela
Eu queria morar numa favela
O meu sonho é morar numa favela. Gabriel, O Pensador



Perguntas de um Operário Letrado

Quem construiu Tebas, a das sete portas?
Nos livros vem o nome dos reis,
Mas foram os reis que transportaram as pedras?
Babilónia, tantas vezes destruida,
Quem outras tantas a reconstruiu? Em que casas
Da Lima Dourada moravam seus obreiros?
No dia em que ficou pronta a Muralha da China para onde
Foram os seus pedreiros?
A grande Roma
Está cheia de arcos de triunfo.
Quem os ergueu? Sobre quem
Triunfaram os Césares?
A tão cantada Bizâncio
Só tinha palácios
Para os seus habitantes?
Até a legendária Atlântida
Na noite em que o mar a engoliu
Viu afogados gritar por seus escravos.

O jovem Alexandre conquistou as Índias,
Sózinho?
César venceu os gauleses.
Nem sequer tinha um cozinheiro ao seu serviço?
Quando a sua armada se afundou Filipe de Espanha
Chorou. E ninguém mais?
Frederico II ganhou a guerra dos sete anos
Quem mais a ganhou?

Em cada página uma vitória.
Quem cozinhava os festins?
Em cada década um grande homem.
Quem pagava as despesas?

Tantas histórias
Quantas perguntas. Bertold Brecht


Se Isto É Um Homem

Vós que viveis tranquilos
Nas vossas casa aquecidas,
Vós que encontrais regressando à noite
Comida quente e rostos amigos:
Considerai se isto é um homem
Quem trabalha na lama
Quem não conhece paz
Quem luta por meio pão
Quem morre por um sim ou por um não.
Considerai se isto é uma mulher,
Sem cabelos e sem nome
Sem mais força para recordar
Vazios os olhos e frio o regaço
Como uma rã no Inverno.
Meditai que isto aconteceu:
Recomendo-vos estas palavras.
Esculpi-as no vosso coração
Estando em casa andando pela rua,
Ao deitar-vos e ao levantar-vos;
Repeti-as aos vossos filhos.
Ou então que desmorone a vossa casa,
Que a doença vos entreve,
Que os vossos filhos vos virem a cara. Primo Levi



domingo, abril 09, 2006

BANDEX e SOFA SURFERS - CASA DA MÚSICA, SÁBADO, 8 ABRIL

Porto. 8 de Abril, sábado. Casa da Música, Parque de Estacionamento, Piso -1. 23.00 horas.

O edifício a-geométrico da Casa da Música estava, nesta noite, com um estranho brilho dourado, debruado a ouro pelas pequenas luzes brilhantes e amarelas dos postes de iluminação da avenida (aquela que dizem ser a maior de Portugal). Um nevoeiro intenso cobria as paredes do edifício, circundava-o, ampliando a sua aura mística, sagrada. Mais um ritual ia acontecer esta noite dentro das paredes dessa casa maldita. Lentamente, as pessoas anónimas iam chegando, com os seus trajes cerimoniais. Entravam pelos grandes portões da casa e desciam as escadarias até às catacumbas, local onde iria ter lugar a cerimónia. Mas nós não. Nós tivémos direito a entrar por portas normalmente vedadas à população em geral, privilégio de poucos... Descemos as rampas de acesso ao piso -1, e entrámos na zona vedada pelas grades. Ao longe avistava-se o palco e ultimavam-se os preparativos para o acontecimento. Ainda era cedo. Mas, que lugar era este? abafado, cinzento, coberto de betão por todo o lado, canos, condutas de ar, grades, óleo no chão... Decidimos ir para o bar, refrescar-nos na doce cerveja. A música ambiente despertava os nossos sentido. Ao fim de dois copos, o espaço começava a estar cheio. Esfumavam-se os últimos cigarros, pediam-se as ultimas bebidas, trocavam-se os ultimos olhares cúmplices... e intimistas... e nós, avançámos por entre a multidão para os lugares da frente. Afinal, não queríamos perder nada. Finalmente, a cerimónia ia ter início. A música começava. 1ª parte foi genial, a cargo de uma promissora banda lisboeta, BANDEX; guitarra, sampler, bateria, contrabaixo; música instrumental, uma mistura de electrónica com funk, rifs melodiosos, banda sonora de filmes westerns, com samples desde fado até à voz do Figo. Muito, muito bom. Uns tipos muito animados e que criaram uma grande empatia com o público. 1 hora, mais coisa menos coisa de balanceio geral. Intervalo e altura para regressar ao bar, à velha amiga cerveja (a única verdadeiramente fiel ao homem, dizem). Mais uns cigarros, conversas sobre nada, risos, olhares... 01.00 h - tem início o 2º acto do ritual: SOFA SURFERS. O ambiente enegrece, a multidão avança para a frente, não há barreiras entre o público e o palco; o som começa: o baixo é inebriante, a voz negra do vocalista é forte e melodiosa, a guitarra... veloz, a bateria... tem uma batida pujante, rítmica, cadenciada, é ela quem comanda, o DJ, rodeado de uma panóplia de computadores, monitores e outras máquinas, é avassalador nas misturas, e o VJ, passa constantemente imagem atrás de imagem que nos fazem viajar através desta música contínua.
2 horas de um concerto fantástico. De uma sintonia perfeita entre o público e a banda. 03.00 h: o ritual estava terminado, os espíritos tinham sido libertados. BANDEX e SOFA SURFERS, a descobrir.














sexta-feira, abril 07, 2006

Homenagem a ABRIL

Abril, Abril, Abril, SEMPRE...

Abril, querido mês de Abril... Abril da LIBERDADE, da REVOLUÇÃO, dos sonhos para a vida, dos sorrisos, da PRIMAVERA, dos primeiros raios do maravilhoso SOL, do ar puro e límpido deixado pelas tuas chuvas mil; Abril dos namoros, dos ternos e doces beijos dos adolescentes, Abril do regresso das ANDORINHAS, dos perfumes coloridos e inebriantes das flores a desabrochar, Abril do cheiro a terra molhada, do CÉU de Abril; Abril do que é PURO, Abril do renascimento do Mundo, do ciclo eterno da VIDA...

Abril, Abril, Abril, SEMPRE Abril

"APRIL SKIES" - THE JESUS AND MARY CHAIN (DARKLANDS, 1987)

Hey honey what you trying to say
As I stand here
Don’t you walk away
And the world comes tumbling down
Hand in hand in a violent life
Making love on the edge of a knife
And the world comes tumbling down
And it’s hard
For me to say
And it’s hard
For me to stay
I’m going down
To be by myself
I’m going back
For the good of my health
And there’s one thing
I couldnt do
Sacrifice myself to you
Sacrifice
Baby baby I just can’t see
Just what you mean to me
I take my aim and I fake my words
I’m just your long time curse
And if you walk away
I can’t take it
But that’s the way that you are
And that’s the things that you say
But now you’ve gone too far
With all the things you say
Get back to where you come from
I can’t help it
Under the April skies
Under the April sun
Sun grows cold
Sky gets black
And you broke me up
And now you won’t come back
Shaking hand, life is dead
And a broken heart
And a screaming head
Under the April sky
Under the April sky
Under the April sky…

quinta-feira, abril 06, 2006

Apontamento Político

Causa repulsa, muita repulsa, ver lado a lado, de braço dado, com sorrisos, palmadinhas nas costas, cumprimentos e negociatas à mistura, o Sr. Sócrates e o Ditador de Angola José Eduardo dos Santos. Um dirigente (a) sério teria outra atitude: em vez de ir a Angola com o seu séquito de lambe-cus empresarial, esfomeado por diamantes e petróleo, denunciaria a tenebrosa e obscura ditadura que esse senhor, Dos Santos, impõe ao martirizado povo angolano há já 3 décadas, e terminaria indefinidamente as relações com este governo de Angola. Mas, como quem manda e brilha para estes "politicozinhos", empresários e banqueiros de merda são os muitos, muitos milhoes de dólares roubados ao esfomeado povo, nada como, sob o mesmo chavão de sempre (o tal do vamos contribuir para o desenvolvimento angolano) dar as mãos sujas de sangue a esse ditador que tudo corrompe para tudo ter. Ele, e os seus amigos europeus e americanos. E o povo, esse, continua a morrer à fome e vítima das minas ocidentais, sem futuro algum no maravilhoso horizonte azul do céu de Angola...

sábado, abril 01, 2006

Sabado à noite...

Sábado, 1º fim de semana de Abril:

TRIPLEX - FESTA DA GIGI;

Lá vai andar o pessoal na onda:

- Olha o Dartacão... uuhuuuuuuuuu......

É a loucura....