A MINHA ODISSEIA...

quinta-feira, março 30, 2006

Para Ti, AMOR...

FANTASIA


Era uma noite estranha.
Estava tudo calmo e silencioso na cidade.
Apenas se ouvia o vento assobiar de mansinho e, de vez em quando, o piar de uma coruja com insónias. Mas, sabia que esta noite era especial. Sentia-o. E não dormi de propósito nesta noite, apenas porque o meu coração o mandava. Realmente, ouvia uma voz no meu coração que me dizia insistentemente: esta noite, esta noite é especial, única…aproveita-a, pois hoje vais conhecer o amor da tua vida….
Foi então que abri a janela para sentir o ar fresco da noite e deparei-me com um espectáculo terrificamente maravilhoso; Chovia imenso lá fora, mas, o céu, o céu estava carregado de estrelas. Estrelas cadentes, supernovas, constelações em espiral e elípticas rodopiando loucamente no espaço brilhante, poeiras cósmicas vagueando no nada, cometas a passar na imensidão cósmica, e….a lua, a doce lua. Todos os elementos celestes pairavam no céu, sorriam e brincavam. Ah a lua, a lua estava cheia, gorda, como que a rebentar pelas costuras e, no entanto, ainda ontem a tinha visto definhar-se por entre as nuvens. Estava, também, branca, luminosa, irradiando luz por todo o planeta. A noite estava maravilhosa, e viam-se perfeitamente as pequenas gotículas de água a rebentarem no chão, nas árvores, nas casas…
Era uma noite calma, quente, relaxante.
Agora já não havia vento, a chuva escondera-se e o silêncio aumentara. Era um silêncio profundo que percorria as ruas. Subia da praça até à baixa e descia até à outra margem do rio.
Atingido por uma estrela cadente, decidi sair. Juntar-me à noite, e com ela dançar o dia inteiro. Juntos, bebemos da luxúria o seu sagrado licor; conquistámos o prazer ao amor, saltámos, corremos, voámos e lançámos inúmeras gargalhadas ao eco. Por fim, exaustos, deitámo-nos sobre as costas de um arco-íris, e aí adormecemos, aconchegados pelo calor das suas cores.
Ao acordar, tudo continuava igual: a noite calma e silenciosa; o céu iluminado pelos raios lunares; as estrelas cadentes, subindo em direcção ao firmamento.
A noite, pura e divinal, tinha vindo ao meu encontro; fantástica, a noite tinha-se revelado em luz brilhante, morna e sublime.
Dessa bela noite, as recordações mais quentes e sensuais são algumas letras. Letras que se encaixam perfeitamente umas nas outras, e ainda hoje me fazem vibrar de desejo por essa noite passada. Letras que, juntas, formam um nome. O teu nome, amor, que ficou retido para sempre na noite, na minha noite, na minha noite especial…

9 Comments:

Blogger Sofia Melo said...

Ah, l'Amour... essa droga adulterada que teima em dizimar os neurónios dos pobres errantes... poder do absurdo sobre a fria lucidez.

2:25 da manhã  
Blogger RUX said...

Bluerussian,
tenho pena de ti.... pelas tuas palavras deduzo que nunca provaste o doce vinho do Amor. Devias fazê-lo, pois, assim, talvez suavizasses essa tua amarguez...

1:38 da tarde  
Blogger Joana Carneiro said...

Nao queima neuronios o amor, pelo contrario. Estimula-os. Da-lhes vida. Sentimento. Nao me considero pobre errante, pelo contrario. Alma rica de vida!

2:13 da tarde  
Blogger Sofia Melo said...

Pois deduzes mal, meu caro Rux, deduzes mal. Não se trata de amarguez, não depreendas das minhas palavras que acho que o Amor é mau; a fria lucidez é isso mesmo: fria, e muitas vezes esse absurdo de que falo é que cura todos os males. Se te embriagas nesse doce vinho, pensas mais com o coração, só isso. E isso é bom.
Errantes, não no sentido do erro, cabeça d'ovo, mas no sentido daqueles que deambulam por esse mundo - todos nós - procurando alguma coisa. Ou alguém.

8:14 da manhã  
Blogger Catarina said...

Que bom Rui, que agora com o blog podemos ter o prazer de ler os teus textos sempre que quisermos! Este último da triologia, que já conhecia, é lindo...
Já sabes que terás aqui uma fiel leitora.
Beijo grande!

7:58 da tarde  
Blogger RUX said...

Catarina,
obrigado pelas tuas doces palavras. Fiquei muito feliz ao lê-las.

Um beijo grande

12:29 da tarde  
Blogger RUX said...

Fernandinho,

precisas inovar um pouco as tuas piadas; é que começas a dizer exactamente o mesmo que em anteriores comentários, apenas, com palavras diferentes. Não és capaz de melhor???

Ah, e não é os Cosmos, é "Cosmos" apenas, e, sim, é um grande livro, que recomendo vivamente. Hei-de fazer um post sobre a sua mensagem.

Aquele abraço

12:33 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Estou sem palavras... Bem, ao menos enquanto vós por aqui vos ocupais do amor, deixais-me libertas as vias para a ciência e o conhecimento, que é tudo o que importa! Amai amai e sede felizes... E já agora... recheai bem a carteira, pois ides precisar...

11:55 da manhã  
Blogger RUX said...

Caro anonymous,
lamento que tenhas de pagar para ter Amor. Eu, felizmente, não necessito de rechear a minha carteira para o ter.

9:06 da tarde  

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