A MINHA ODISSEIA...

terça-feira, março 28, 2006

Para mim, HOMEM...

SENSUALITY

Era uma noite mágica, deliciosa.
P entrou desesperado naquele bar dançante. Precisava encontrar uma companhia para aquela noite. O suor escorria-lhe pela face, dando-lhe um ar de louco, lunático, mas sensual, muito sensual. Começou por dirigir-se ao bar, estava quente e sedento de álcool. A confusão que se alastrava naquele espaço animou-o ainda mais. Sem cerimónias avançou pela multidão adentro e com facilidade chegou ao balcão. As pessoas, quando ele passava, ficavam deslumbradas com aquele homem tão belo. A sua presença intimidava, mas, ao mesmo tempo, seduzia, apaixonava. As pessoas queriam estar ao pé dele, perto daquela figura tão azul, tão cativante. Os seus olhos, brilhantes, mudavam constantemente de cor, ora eram da cor do céu majestoso e do mar imenso, ou então eram da cor do sol fogoso.
P chegou-se ao balcão, pediu uma caipirinha com bastante gelo picado e com bastante aguardente de cana. A empregada sorriu-lhe e.... apenas pelo seu olhar, P percebeu, percebeu que aquela mulher lhe transmitia uma química capaz de o fazer voar....., percebeu que ela iria ser a sua companheira daquela noite. Ou, pelo menos, uma das companheiras da noite. A rapariga serviu-lhe a bebida, e ele, desesperado com a ânsia de álcool, virou costas e avançou para o meio da multidão. Aquela caipirinha estava deliciosa, forte e fresca. P, agora, sentia-se melhor. Mas, mesmo assim, ainda não estava bem. Tinha que beber mais alguma coisa. Tinha que atingir o seu estado espiritual e alcoólico perfeito. Sacou então da sua eterna companheira de bolso, abriu-a e bebeu o seu precioso liquido dourado. Aaahh, agora sim, agora sim, P estava eufórico, deslumbrante, pronto para dançar. E assim fez. Dirigiu-se para o meio da pista e, frenético, começou a rodopiar o seu corpo. A multidão, excitada, quente, apertava-o, tocava-lhe, e ele, louco, louco, girava, caía, rebolava, subia para as colunas......e voava. A multidão amparava-o. P transmitia um estranho desejo à multidão, um ardente desejo de paixão, de luxúria. Um desejo carnal de sexo, sexo selvagem…
Tudo, tudo pode acontecer nesta noite…

10 Comments:

Blogger Joana Carneiro said...

qual é o estado alcoolicamente perfeito? Aquele que liberta os sentidos? Aquele em que deixa de haver sentido critico, pudor, inibiçoes, e nos faz ir atras dos sentidos carnais? Dos desejos do corpo?

7:59 da tarde  
Blogger RUX said...

Nao. É o estado que nos faz ser capazes de fazer, dizer, ou SER o que nos vai na ALMA.....

8:19 da tarde  
Blogger Joana Carneiro said...

muitas vezes, a nossa ALMA esta comprimida pelo poder, inibiçoes, tratos sociais... nao sera o alcool uma «desculpa» para o 25 de abril da ALMA?

8:23 da tarde  
Blogger Joana Carneiro said...

nao era bem poder q queria escrever, mas podor!

8:24 da tarde  
Blogger RUX said...

Ó Valle, já perdeste a genica de outros tempos??? Nao te estou a reconhecer....

12:31 da tarde  
Blogger Sofia Melo said...

Não, o P. já chegou ao bar a meio da sua busca interior. A caipirinha foi mais um rastilho, o que bebeu da sua garrafinha um detonador. O P. vive reprimido? o P. sente algum tipo de jugo sobre si? Provavelmente, e o alcool só o fez rodopiar um bocado. Se a ansia é de liberdade pura (ou só do sexo selvagem...), a ressaca vai ser mais dura ainda para ele, se só assim é capaz de se libertar.

3:53 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Era uma noite mágica... era uma noite estranha... as tuas noites são-no sempre sob efeito de drogas, não? Porque não começares com "Era de noite" apenas?

11:56 da manhã  
Anonymous Anónimo said...

P parece-me um indivíduo bastante armado em bom... é dos que aparenta possiur uma propensão natural para o desastre e o ridículo. Atrevo-me a dizer que existem grandes possibilidades de P se dar mal...

2:05 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

PS: Já agora, P significa Paneleiro? É uma dúvida que tenho...

2:06 da tarde  
Blogger RUX said...

Caro anonymous,
nao, as minhas noites nao são à base de drogas nenhumas. Acontece que há noites especiais, quando se vai a uma festa, por exemplo, ou quando se tem um encontro ou um jantar de amigos, etc, etc. E, nessas ocasiões, a disposição das pessoas, o seu espírito, fica diferente do quotidiano, fica com uma energia positiva, um ânimo diferente. É disso que falo, apenas.
Quanto ao P., ele pretende ser exactamente o que tu és: um anónimo. E, assim, ele pode ser qualquer pessoa, qualquer um de nós. Mas, já agora, ficas a saber que me inspirei na figura do K, um personagem recorrente dos livros do Franz Kafka.

9:00 da tarde  

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