A MINHA ODISSEIA...

quinta-feira, fevereiro 08, 2007

FRIO POLAR

"FRIO POLAR"

Era uma noite de Inverno,
Uma noite fria, como todas as noites de Inverno são.
Uma noite de um frio polar…
A cidade estava já adormecida, aconchegada nos seus amantes.
Viam-se apenas algumas luzes das salas dos prédios altos, e lá dentro, imagens desfocadas de pessoas incertas…
As estrelas da doce noite brilhavam intensamente e iluminavam a grande cidade;
A cidade que se torna mágica aos sábados à noite, tão intensamente vividos e nunca, nunca esquecidos.
É ao sábado à noite que as pessoas se conhecem, é ao sábado à noite que as pessoas conversam, é ao sábado à noite que as pessoas dançam, é ao sábado à noite que as pessoas se amam…
E são tão lindas estas noites…
Esta era a noite dos noctívagos errantes de um sábado à noite. Era a minha noite.
As ruas da cidade estavam já desertas;
Sozinho, aventurei-me pelas praias do molhe, fui à procura de velhos amigos que me dessem algum alento.
Confiei nos meus sentidos, e segui a música das esplanadas; fui andando e olhando, olhando para este céu, desta noite, e vi como ele era diferente, com todas as suas estrelas brilhantes a servirem-me de guia, as constelações a indicarem-me o caminho, sempre, sempre em frente…
Quem olhava quem, afinal… Era eu que olhava as estrelas ou eram elas que olhavam para mim, por mim?
Era a noite que me libertava, era a noite que me via por dentro, era a noite que me consolava e compreendia tudo.
Este céu imenso sobre mim, o mundo inteiro á minha frente, e….
Bastava-me este céu…
Bastava-me este céu…
Bastava-me este céu, e a tua memória…
E seria feliz.